TESTE: MERCEDES-BENZ GLA 45 AMG

Com preço de R$ 298.900, SUV (que não tem cara de SUV) custa o mesmo que o irmão CLA esportivo, mas é mais amigável no dia a dia

Aquele papo de que os últimos serão os primeiros não vale para o Mercedes-Benz GLA 45 AMG, pois ele não é o mais veloz da Classe A. Mas o SUV pode dizer que o último a ser lançado é o que melhor se encaixa no perfil de quem almeja um carro veloz, esportivo, muito bem equipado e (atenção a isto) confortável.

O preço, como todo carro criado pela divisão esportiva da marca alemã, é alto: R$ 298.900, a mesma tabela de seu irmão CLA 45 AMG - ambos estão R$ 9 mil mais caros em relação à tabela do mês de março. Mas depois de dirigir os dois e com pensamento a longo prazo, o sedã perde força.

As linhas agressivas e encorpadas da carroceria, com belos vincos proeminentes no capô, fazem o GLA 45 AMG parecer qualquer coisa, exceto um utilitário-esportivo. Mas ele é; por isso, as características do segmento o tornam apto a encarar com valentia pisos esburacados e valetas, algo que o A 45 e o CLA 45 abominam. Some a isso o ótimo trabalho feito nas suspensões independentes, firmes na dose esperada para um veículo apimentado, mas longe de violentar o conforto dos ocupantes. Para garantir dose extra de estabilidade, o modelo conta com tração integral.

Contra o relógio, o GLA leva bucha dos parentes. Atinge 100 km/h em 5,8 segundos, 0,7 s a mais que o CLA 45 AMG. Contudo, isso não se reduz a adrenalina ao volante. Seu motor 2.0 turbo de 360 cv entrega 45,9 kgfm em baixas rotações e ruge forte desde a partida. Nas trocas de marcha do câmbio de sete marchas e dupla embreagem, com o modo esportivo acionado, o berro é ainda maior.

Sobre a transmissão, vale destacar que, felizmente, a manopla está localizada no lugar de praxe e não na coluna de direção, como nos demais GLA. Um detalhe que torna a ergonomia do SUV ainda melhor. A posição de dirigir é facilmente ajustada e os vincos proeminentes do capô ocupam levemente o campo de visão, aguçando o ânimo de quem está no comando da máquina.

Comparada as outras versões do GLA, a série 45 AMG apavora. O GLA 200, com motor 1.6 turbo de 156 cv, gasta 3,3 segundos a mais para chegar a 100 km/h. Já o GLA 250, equipado com um propulsor 2.0 turbo de 211 cv, atinge a marca com um atraso de 1,4 s em relação ao "irmão vitaminado".

A lista de itens de série do utilitário-esportivo é muito recheada. Bancos de couro tipo concha e com ajustes elétricos, volante de base reta que mescla couro e Alcantara no acabamento, teto solar panorâmico, park assist (de difícil utilização), faróis bixenônio, start-stop (desliga o carro em paradas no semáforo, por exemplo), cintos de segurança vermelhos, airbags dianteiros laterais e de joelho, central multimídia com GPS, sensores de estacionamento e câmera de ré estão entre os componentes de fábrica.

O espaço interno é satisfatório para quatro adultos. Se levar um terceiro ocupante no banco de trás, este passará apertos literalmente. Também não espere muito do porta-malas, com capacidade para 336 litros aferidos - o  fabricante declara 421 l.

Quando preciso, o GLA 45 AMG ainda consegue ser bem econômico. As médias na cidade e na estrada são de 10,6 e 15,4 km/l, respectivamente. É um AMG emotivo e muito amigável.