quinta-feira, 30 de julho de 2015

TESTE: PEUGEOT 2008 1.6 GRIFFE AUTOMÁTICO

Com câmbio defasado de apenas quatro marchas e sem controles de tração e estabilidade, versão com preço a partir de R$ 74.990 não vale a compra


Peugeot 2008 (Foto: Divulgação)

Peugeot 2008 chega às lojas do Brasil com o câmbio automático mais barato dos SUV, com preço a partir de R$ 70.890. A opção será importante para que a marca conquiste o objetivo de aumentar sua fatia de mercado de 1,14% para 1,35%. De acordo com a marca, 70% das vendas serão do modelo sem pedal de embreagem. Porém, a transmissão conta com apenas quatro marchas e está disponível somente para a versão 1.6 de 122 cv (o motor 1.6 THP, de 173 cv, conta apenas com câmbio manual). Confira nosso teste para saber porque o novo 2008 Griffe automático, de R$ 74.990, não vale a compra.
Teste na pista
O desempenho do crossover para aceleração e retomadas mostra como o câmbio automático de quatro marchas não é o melhor dos mundos. O veículo levou 12,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h, mais do que o Ford EcoSport com transmissão automatizada de seis velocidades, que levou 10,2 segundos para atingir a mesma marca (com 62 kg e 25 cv a mais do que o rival). Nas retomadas, o 2008 também deixou a desejar. Para ir de 40 a 80 km/h, ou seja, realizar uma ultrapassagem na cidade, por exemplo, demorou 6 segundos. Mais uma vez, o rival da Ford foi mais rápido: 5 segundos. No cotidiano, isso se traduz em um câmbio com trocas muito instáveis. As aletas atrás do volante, que permitem trocas manuais, não aliviam a situação. Isso porque o motor continua ruidoso mesmo na quarta marcha, suplicando por uma transmissão mais complexa, como as da concorrência.
Outro número que merece ser sinalizado é o de frenagem. Em nossos testes, o 2008 percorreu 50,9 metros para ir de 100 km/h até a imobilidade. Para efeito de comparação, o Jeep Renegade, que pesa 439 kg a mais, parou completamente após 44,4 metros. O Honda HR-V, que também é mais pesado, precisou de 38,9 metros.
Custo-benefício
Um dos pontos positivos do Peugeot 2008 é o pacote de equipamentos. De série, o SUV compacto é equipado ar-condicionado automático digital duas zonas, direção elétrica, rodas de liga leve de 16 polegadas, airbag duplo, airbags laterais, luzes diurnas de LED, faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, piloto automático, cintos de segurança três pontos para todos os passageiros, dois encostos de cabeça traseiros, trio elétrico, porta-luvas refrigerado e sistema multimídia touchscreen de sete polegadas com GPS. Apesar de extensa, a lista fica devendo controles eletrônicos de tração e estabilidade, presentes apenas na configuração mais cara do modelo, equipada com motor 1.6 THP Flex.
Em relação à manutenção, o Peugeot vai bem quando o assunto é revisão. As três primeiras, realizadas a cada 10 mil km, somam R$ 1.233. A cesta de peças beira valores semelhantes aos dos concorrentes. Custa em média R$ 3.662* o pacote com farol direito, para-choque dianteiro, retrovisor externo direito, lanterna traseira direita, filtro de ar, filtro de ar do motor, jogo de quatro amotecedores, pastilhas de freios dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível. No Renegade, os mesmos itens são oferecidos por R$ 2.447. Além disso, o consumo é ruim. Em nossos testes, o modelo fez 6 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada.
Peugeot 2008 (Foto: Divulgação)
Vale a compra?
O Peugeot 2008 na versão 1.6 Griffe com câmbio automático não vale a compra. Apesar do preço competitivo e do bom pacote de itens de série, o crossover deixa a desejar na dinâmica. Na cidade, as trocas instáveis da transmissão incomodam, sobretudo em situações de trânsito intenso. Os números de frenagem também foram muito negativos em relação aos dos concorrentes. Além disso, consumo e peças depreciam a compra. A melhor opção continua sendo o Peugeot 2008 1.6 THP Flex, que oferece desempenho afiado e mais segurança, graças aos controles de tração e estabilidade.

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